Desde que comecei a atender, minha experiência como psicanalista tem sido desafiadora e enriquecedora, especialmente no trabalho com atletas. Percebi rapidamente que, no universo esportivo, as questões emocionais e psicológicas são tão determinantes quanto o preparo físico. Muitos jovens atletas chegam à análise carregando o peso da expectativa, o medo do fracasso e a pressão constante por resultados.
No consultório, aprendi que a escuta precisa ser ainda mais atenta, pois muitos deles têm dificuldade em verbalizar suas angústias, acostumados a lidar com emoções através da ação, e não da fala. O inconsciente se manifesta de formas peculiares: no corpo, nos treinos, nos bloqueios em momentos decisivos. Trabalhar essas questões exige paciência e um manejo clínico que respeite o ritmo de cada um.
Outro ponto marcante tem sido lidar com a identidade do atleta além do esporte. Muitos se veem apenas pelo desempenho e, quando enfrentam lesões ou períodos ruins, sentem-se perdidos. A análise os ajuda a construir um senso de valor além da performance, permitindo que enfrentem desafios com mais estabilidade emocional.
A experiência tem me mostrado como a psicanálise pode ser uma ferramenta poderosa no esporte. A mente forte não se constrói apenas com motivação ou disciplina, mas também com o entendimento das próprias emoções, limitações e desejos. Cada atendimento reforça o quanto o aspecto psicológico pode ser determinante no sucesso e no bem-estar de um atleta.
“Henrique Andrade da Fonseca” Respostas